sábado, 4 de maio de 2024

O "SABASTIÃO"

 

Aqueles que sentem inveja são como

pássaros presos numa gaiola

sempre olhar para fora com cobiça,

mas incapazes de voar livremente

e desfrutar da vida.

(in “O Pensador”)

 

O “SABASTIÃO”

 


    Já observei que é um jovem “rapazinho”. Já notei que, pelos cobiçosos, é tido como “O INDESEJADO”. Também já reparei, que não houve a necessidade de uma manhã de nevoeiro para dar a cara, e, a sorrir, exibir a coragem que lhe foi naturalmente estampada.

Tenho notado também, que é um óptimo perito em dicção e possui uma aguçada e elegante capacidade defesa das suas asserções, sem altercações de feirante ou faltas de civismo.

Ouve com cuidado as questões ou perspectivas que lhe são apresentadas sem interromper o raciocínio ou cortar a palavra do seu interlocutor.

É novato? É, eu sei.

Também não desconheço que já sou velho; mas tenho um longo e árduo percurso de vida, que muito contribuiu para aguçar a minha faculdade observativa, - dava um filme de longa metragem -, que me faculta muito a apreciação do “Sabastião”.

Poderia até, ser avô deste “miúdo”!?

Mas, por razões diversas, admiro este “rapaz”. Porque não titubia, não gagueja, é rasgado na sua dicção e acérrimo defensor dos seus conceitos. Apesar de ser uma “criança”, há-os, “adultos”, - só na idade -, nos nossos organismos públicos e sistema governativo, que não lhe chegam aos calcâneos.

Muito gostaria eu que isto não fosse verdade, mas essa realidade só existe nos sonhos que navegam na incerteza da esperança.

Nunca vi tanta chuvada de inveja a assediar a figura do “Sabastião”!

Aos cobiçosos, o sucesso dos outros é incomodativo; provoca-lhes comichão no seu reconhecido fracasso e junta uns respingos de azedume ao seu palavreado, já em si, repleto de pobreza de espírito.

Nunca esqueçam que, quando a genética “traça” um burro, ele será jumento toda a vida e jamais passará disso. Isto porque, por muito que se lapide um calhau, ele nunca ficará diamante – a não ser, na cabeça dos palermas.

Não me parece ser o caso do “Sabastião”. Apesar de “novato”, vejo nele um exemplo para alguns, (muitos), jornaleiros, noticiaristas, comentadeiros, pseudo-gasetistas e galhofeiros; talentosos, sim, em colocar em dúbia causa, não só perspicácia e o saber do “rapazinho”, bem assim, como a grandeza lexical, a autenticidade e a pureza do nosso idioma; pela quantidade de bujardas que disparam para milhões de ouvidores.

Isto é verdade.

Porra, deixem lá o “rapazinho” em paz! Porque o seu entendimento e perspetiva analítica, em relação à sua idade, são prodígios salutares que a Natureza lhe atribuiu e a cobiça não pode estancar.

Aguentem!

 

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 04/05/2024

 

https://antoniofsilva.blogspot.com

     

Obs:

Não uso o AO90.